quinta-feira, outubro 26, 2006
terça-feira, outubro 17, 2006
Segurança Social (I)
Hoje em dia já é comum ver anúncios de emprego, cuja idade máxima é normalmente os 35/40 anos (na melhor das hipóteses). Ora se um trabalhador tem o azar de cair no desemprego após os 40 anos, ser-lhe-á muito difícil encontrar um novo emprego, especialmente tendo em conta as habilitações académicas e formação que grande parte dos trabalhadores portugueses têm.
É ponto assente que temos de trabalhar mais tempo e que deveremos indexar a idade de trabalho ao crescimento da esperança de vida. A questão é: como convencer as empresas de que ainda vale a pena apostar num trabalhador com mais de 40 anos? Os incentivos fiscais são uma das medidas do Governo ( a redução da taxa de seg. social da entidade empregadora, respeitante ao trabalhador), mas isto é insuficiente e ineficaz - veja-se a este nível as medidas de incentivo à contratação de jovens à procura do primeiro emprego, trabalhadores com desemprego de longo prazo, etc...
2 - Investimento particular extra dos contribuintes
A ideia parece-me lógica, contudo neste problema há dois subproblemas: a) salários baixos e (muitas vezes simultaneamente) alto endividamento do sociedade portuguesa, sem margem para novas poupanças; b) falta de cultura de investimento/poupança dos portugueses - onde e como investir. Se o segundo subproblema se pode resolver recorrendo a uma instituição bancária (por exemplo), predominando o perfil de investimento conservador dos portugueses - apostas em PPRs, contas a prazo, aforros, etc.; já o primeiro problema não tem, a curto prazo, resolução, não se prevendo um boom da conjuntura económica e respectivo aumento considerável de salários. Resta apenas a muitos portugueses o aumento na percentagem a descontar, sendo que isso terá implicações directas na redução do rendimento mensal.
Concluindo, vamos ter de trabalhar até mais tarde e de poupar mais (mesmo considerando uma aplicação do Estado de uma parte das nossas contribuições em fundos de investimentos, ou qualquer outra ferramenta financeira). Mas também teremos de mudar a mentalidade das empresas, dos empresários no sentido de continuarem a apostar nos contribuintes para além dos 40 anos. É neste ponto que irá residir o sucesso deste ou de outro modelo de seg. social. Se falharmos, todos, aqui não vale a pena dizermos que teremos de trabalhar até aos 80, pois não haverá quem nos empregue.
sexta-feira, outubro 13, 2006
Sexta-feira 13

Dia de Azar?!
Digam isso ao(s) apostador(es) que hoje ganharem 80.000.000 de euros...
Não se esqueçam, vão à Casa da Santa sorte.
quarta-feira, outubro 11, 2006
MIT ofusca tudo (II)
MIT ofusca tudo (I)
terça-feira, outubro 03, 2006
Especulações blasfemas
No caso do JoãoMiranda, lamento informá-lo, mas, caso não tenha reparado, TODOS os políticos fazem promessas, logo todos tentam "comprar". Se isto funcionasse numa lógica de mercado, todos os eleitores iriam votar no que "fizesse a melhor oferta" ou a maior. Ora em Portugal, isso de promessas não conta, vota-se acima de tudo pela personalidade / carisma do líder do PS ou PSD (ou no menos mau); ou quanto muito, vota-se contra o partido no poder como "castigo". Nem é preciso prometer muito, basta dizer: "eu faço diferente desses que estão agora no poder".
Se fosse mesmo possível vender o direito de voto, não é preciso ser um génio da economia para perceber que quem tivesse mais dinheiro, mais votos poderia comprar, especialmente, se avançássemos para uma lógica bolsista, em que haveria anonimato nas transacções. Ora a Democracia, apesar de todos os defeitos, e são muitos, pressupõe a responsabilidade do eleitor no momento da eleição e não a desresponsabilização total com lucro económico incluído.
Não sou ingénuo ao ponto de acreditar que todos votam em consciência, após estudo ponderado dos candidatos e dos programas (que raramente são cumpridos), há muita ignorância, clubismo político e ideológico, massas facilmente influenciáveis. Agora, acreditar que se votou no Sócrates, por exemplo, porque ele prometeu abaixamento de impostos ou aumento das reformas é também ingenuidade, o voto em Sócrates teve muito de voto útil para retirar de lá o Santana.
Concluindo, nem sempre as promessas eleitorais que envolvem dinheiro são causa directa da vitória de um partido/candidato. Contudo, se permitíssemos o "comércio eleitoral" aí sim, estaríamos a restringir o acesso à política e ao poder aos que tivessem capacidade financeira, pois só esses teriam meios para ganharem eleições.
Posto isto tudo, como exercício especulativo, bem hajam blasfemos...
...não estavam a falar a sério, pois não!?
Limpeza subtil na RTP
segunda-feira, outubro 02, 2006
Depois admirem-se...

Já não conheço esta Europa!
Primeiro todos nos rimos com os cartoons. Os defensores do PC (politicamente correcto) foram lestos a condenar a liberdade criativa, que não havia bom-senso, que estávamos a provocar gratuitamente os pobres dos extremistas... e eles pobres coitados, analfabetos, pobrezinhos lá queimaram bandeiras, embaixadas, atacaram igrejas e apelaram ao aumento da lista dos infiéis...
Depois veio o discurso do Papa, os membros do PC correram a clamar falta de bom-senso, logo nesta altura, devemos ser mais tolerantes, nós os civilizados não podemos provocar... qual liberdade de expressão qual quê, afinal o homem não representa os mesmos que também já perseguiram infiéis e que os queimaram em fogueiras... lá vieram os analfabetos, pobrezinhos queimar símbolos católicos, igrejas, assassinar uma freira e aumentar de novo a lista dos infiéis a eliminar...
Depois mais uma ópera, com mais de um século, mas onde se representa Maomé decapitado (tal como outros símbolos religiosos) e toca a suspender a ópera não se vá ofender os analfabetos, pobrezinhos e eles se lembrem de queimar, matar e ameaçar mais gente...
Os membros do PC fazem-me lembrar os líderes europeus, americanos e russos quando Hitler anexou o primeiro país... coitadinho é só um país, não faz mal, ele vai parar por aí... temos de os desculpar afinal ...
A Europa da liberdade de expressão, de associação e de pensamento livre está a morrer lentamente. A cultura do medo, da repressão está a entranhar-se, tal como aquando a ascensão lenta dos ditadores, começando de um modo que passa despercebido, as restrições são para o nosso bem, a nossa segurança... pios, claro. Nós, "os ocidentais culturalmente superiores", temos o dever de nos calar, de não dizer o que pensamos, pois eles, os pobrezinhos extremistas, não sabem o que dizem, nem o que fazem, e tal qual os mentalmente incapacitados, não podem ser responsabilizados, mas não deixam de matar e de aterrorizar...
Paralelamente a este facto, para além das restrições de pensamento e expressão intelectual, surgem as restrições comportamentais, para nosso bem, pela "segurança" da nossa saúde, guerra ao tabaco, guerra ao alcoól, guerra às gorduras não vegetais... proibir, proibir e mais proibir.
A Europa está a envelhecer, não na idade, mas nas ideias. O PC está a vencer e não se vislumbra uma contra-revolta...
Pobre Europa, quo vadis?
Foto: Eugène Delacroix, La Liberté guidant le peuple